sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Grande Virtude

O que dizer quando não se quer dizer absolutamente nada? Ainda mais quando não se tem muito o que falar. Sobra aquela inquietação, a cabeça coçando por dentro tão insuportavelmente... Ainda mais insuportável por não ter um indicador interno com uma unha bem grande e pontiaguda para machucar com vontade até arrancar a casquinha.

Pelo menos a longínquos milênios, abençoados e iluminados seres humanos inventaram algo que hoje conhecemos como linguagem, que evoluiu, gerando aqueles desenhos de parede de caverna que, depois de muito treino, se tornou escrita. Aí vieram pergaminhos, as peles de carneiro, as penas, os tinteiros, a caneta, a máquina de escrever, a famosa máquina de imprensa inventada por algum alemão bêbado de tão entediado que estava de escrever centenas de vezes a mesma coisa. Ou mandar alguém fazer isso e ficar muito puto quando os pau mandados escreviam alguma merda nesse meio tempo.

Depois daí, degringolou de vez. Alguém saído de ‘A Vingança dos Nerds’ resolveu passar Superbonder na máquina de escrever e colar na TV. Depois outro débil mental que provavelmente era fã de ‘Jornada nas Estrelas’ e vivia na garagem da casa dos pais com quase 30 anos de idade ligou tudo isso no telefone, juntando um monte de desocupado sem ter absolutamente nada pra fazer. O resultado disso é isso agora que você está lendo no que algum cara com as mesmas características psicológicas dos supracitados resolveu criar pra espalhar ainda mais besteira por essa rede (pra quem não sabe, tô citando o criador desse negócio que hoje chamamos de blog). Ok, confesso. Depois de cansar de resistir ao fluxo da nova era, entrei também nessa onda.

Tudo isso pra quê? Pra expressar aquilo que sentimos por dentro dos nossos âmagos mais profundos, mas jamais conseguimos e nunca conseguiremos traduzir a essência em palavras. E pensar que algumas pessoas que sabiam das coisas foram mal-interpretadas acabaram pregadas em uma espécie de X com uma perna alongada e inclinada em 45º. Pior: os responsáveis por divulgar esse legado ou não entenderam nadica de nada daquilo que o primeiro hippie da humanidade tentou mostrar ou simplesmente adulteraram tudo por livre e espontâneo interesse pessoal.

Assim caminha a humanidade. Ninguém mandou prestar atenção justamente no dedo em vez de se atentar para o satélite natural da Terra quando um sábio mestre apontou a Lua. Olha lá que resta pouquíssimo tempo pra mudar o foco e salvar o mundo.

Conversa pra boi dormir? Senhoras e senhores, eis a grande virtude.

Por isso mesmo, se não penso, logo insisto.