quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O direito de ser anormal

O que você acha disso ou daquilo? Pouco me importa!

O interessante em tudo é que as coisas nem sempre são exatamente do jeito que parecem. Aliás, isso quase nunca acontece, o que não deixa de ser normal. Ou melhor, comum. Porque a acepção que damos à palavra normal não deveria nem existir, já que, na prática não existem pessoas normais ou não. O que existe na verdade são padrões de comportamentos para a boa convivência em nível social que costumam ser seguidos para se conquistar a desejada aceitação. Esse é o bom e velho senso comum, mas nada disso significa que, no âmago dos seus seres, as pessoas mantenham esse mesmo padrão aceito socialmente nos seus pensamentos internos ou nos seus anseios mais íntimos.

Afinal de contas, o que é ser normal?

Fazer tudo como diz uma certa regra que não sei quem disse que é correto sem precisar nem questionar a real motivação ou intenção de tudo isso?

Não. Isso não é ser normal e muito menos um anormal. É simplesmente ser escravo de um tirano que nem se sabe direito quem é. E o pior: ele vive dentro de você.

O entendimento comum diz que normal é o oposto de louco. Nesse caso ‘normal’ seria o mesmo que ‘são’. Mas para ser normal, dentro dos parâmetros da nossa sociedade superficial e hipócrita é negar os mais profundos instintos da natureza humana, acarretando milhares e milhares de problemas, que geram isso, aquilo e leva o mundo a essa infindável sensação de desnorteio, de dúvida, de indecisão, de estar cada dia mais perdido, de sintomas psicóticos...

Ser normal é ser são? Prefiro pensar que se permitir certas loucuras é o passe livre pra verdadeira sanidade, só que essa palavra acaba virando uma grande limitação. É só analisar a complexidade da realidade que, de um ponto de vista conservador, pode ser considerada meio insana.

Por isso, todos os dias depois que acordar, olhe-se no espelho e, com um sorriso de orelha a orelha, brade bem forte: “Eu sou um anormal!” Por mais que sua vizinha de 75 anos diga “Deus me livre e guarde” ao ouvir seu grito às 7 da matina, você vai começar a se livrar desses pré-conceitos que aprisionaram a mente dessa sua mesma vizinha, fazendo-a achar tudo que é novo, diferente e fora dos padrões é simplesmente “horrrrrrível” (a acentuação do ‘r’ é uma necessidade no linguajar geriátrico).

Está na hora de se quebrar os velhos paradigmas. Está na hora de reconhecer o ponto de mutação e ser verdadeiramente livre.

Mas que diabos ser livre realmente quer dizer?

Livre não é aquele que se enquadra a todas as normas impostas pela sociedade. Livre é aquele que sabe conviver com tudo isso, caminhando harmoniosamente entre os dois extremos sem vê-los como opostos, mas como partes complementares da mesma coisa, e ainda ter plena consciência da sua individualidade.

Ainda estamos andando aos trupicões em busca desse objetivo, mas como diria o velho lobo Zagallo, “nós vamos chegar lá”.

20 comentários:

Anônimo disse...

O importante é chegar lá rsrrsrsr... muito bom o seu blog!!

www.ooohay.wordpress.com

bioblog disse...

Oiiii!!!! Que blog gostoso vc tem. O texto está muito bem escrito (confesso que ainda não li tudo, mas vou ler assimq ue comentar!) Adoro blog com conteudo! Não pare.

Anônimo disse...

Por isso que engrosso o couro quando cantam "mas louco é quem me diz, e não é feliz..."
Amo!

Marcela Ribeiro disse...

Está certo Marcelo!!
Precisamos nos livrar desses preconceitos que nos fazem julgar tudo que é um pouco diferente do padrão seguido pela sociedade (como se fossemos robôs), como algo absurdo, louco!
Afinal tem coisa melhor do que a liberdade de se fazer o que tem vontade ? Para mim, desde que isso não cause mal ao outro, é válido!
Bjos e parabéns pelo blog!!

Climão Tahiti disse...

Ser normal seria se deixar prender pelas regras da sociedade sem tentar ousar.

Mas como não somos ilhas, ou somos normais ou somos excluídos e/ou internados. =/

Zanfa disse...

O normal é ser diferente.

O que seria do azul se todos fossem vermelhos, não é?

Belo texto!

MaxReinert disse...

Gosto quando vc fala que temos que andar "entre" as linhas, entre os opostos!

Já ví muita gente usando esse seu discurso para justificar a porra louquice!!!

E depois.... segundo estudo recentes, apenas 3% da população pode ser considerada "totalmente" normal... os outros tem, no mínimo, uns 05 síntomas de algum "desvio"!!!

hehehehehhehe.....

deve ser muito chato ser "normal"!!!

Marcos Gervazoni disse...

Bah, curti o texto, é exatamente o que penso.

O Enxadrista disse...

Como diz o filósofo: "ser diferente é normal" =P

E um viva a nós, os anormais o/

"Vcs vão ter que me engolir!!!!"

Natália Nunes disse...

Oi, Marcelo.

Olha, obrigada pela visita e pelas palavras tão elogiosas :D

Li, certa vez, um texto do Foucault, se não me engano, q abordava o tema: Normal e Patológico. Gostei muito.

Seu texto me remeteu a ele.
:)

Anônimo disse...

Eqt não se chega lá, nada melhor duq continuar andando c as nossas anormalidades às avessas!!!
hehehehe

Unknown disse...

Dizem que sou louca...e eu até prefiro.Ser "normal" é tão chato!
Adorei o texto!
Beijo!

Unknown disse...

Adoro o que você escreve aqui!
Seus posts são sempre muito bonss!!
massaaaaaaa

janine disse...

Não existem pessoas normais. E se existem, acho que ela não têm cabeça. Não dá pra ser normal, isso pra eles é aceitar tudo que a sociedade impõe como se estivesse certo!

Adorei seu texto, vai muito mais além que o meu pensamento sobre isso lá no blog. :}

Beijo!

Everaldo Ygor disse...

Liberdade depende de espaço, mas não o espaço dos outros, e sim o interior... Que a faixa da normalidade, seja sempre ultrapassada para as criações como as suas...
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/

Everaldo Ygor disse...

Liberdade depende de espaço, mas não o espaço dos outros, e sim o interior... Que a faixa da normalidade, seja sempre ultrapassada para as criações como as suas...
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/

Anônimo disse...

Bom, procuro preservar minhas loucuras e neuroses aos mais íntimos...
ainda não dá pra peidar no meio da rua!

janine disse...

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18521295

:D
o meu caso, ao contrário do blog.

Jhon disse...

Ser diferente simplesmente mostra que se esta saindo de uma vida seguida por uma padrão criado pela maioria, não existe essa de agradar a todos, nessa sociedade em que vivemos não temos os mesmos direitos e liberdades (se é que temos), somos obrigados a seguir esse padrão mesmo não gostando, isso porque nos somos dependentes de outras pessoas (chefe, estado, governo...) para vivermos, não que viver seja se jogar no prazer como muitos acham, creio ser algo mais complexo que ainda busco, e sem mencionar que ninguem é livre, depois busquem o sentido de liberdade e livre, numa analise veram que a liberdade é um sonho cujo qual os tolos acreditam ser verdade.

Anônimo disse...

www.seranormal.com